domingo, 10 de março de 2013


Dona Joaquina do Pompéu:
a mulher no poder colonial

Conhecida como Joaquina do Pompéu, Joaquina Bernarda da Silva de Abreu Castelo Branco nasceu em Mariana (MG), no dia 20 de agosto de 1752, e faleceu na Fazenda do Pompéu a 14 de dezembro de 1824. Criativa, perseverante, tenaz, autoritária, atuou decisivamente no povoamento das Minas Gerais, teve grande importância como apoiadora em fatos constantes de nossa História.
No final do século XVIII com o declínio do ciclo do ouro na Capitania de Minas Gerais, a Fazenda do Pompéu revelou-se como o primeiro núcleo local organizado de civilização agrária, de onde corriam a pé escravos enviados como correios para Vila Rica e São Sebastião do Rio de Janeiro. 

Com frequência partiam tropas carregadas de gêneros para alimentar várias regiões da Colônia, incluindo posteriormente a nobreza de Portugal, que devido à invasão de Napoleão Bonaparte em 1808, zarpou para o Brasil com mais de 15.000 integrantes da Corte logo chegou ao Rio de Janeiro, em 20 dias todas as reservas de alimentos e moradias disponíveis estavam esgotadas.
O Vice-Rei Dom Marques de Noronha e Brito, sabendo que a agropecuária prosperava depois do declínio do ouro de Minas Gerais e era capaz de aplacar a fome real, apelou para o Capitão-General Governador de Minas Gerais e este se lembrou que Dona Joaquina do Pompéu tinha gêneros alimentícios com fartura.
A visionária sertaneja aproveitou os ventos favoráveis, a oportunidade de suprir a Corte era motivo de melhorar os negócios da fazenda, levava cereais e trazia sal, que era caríssimo, importado de Lisboa e estava no estanco, era utilizado para salitrar o enorme rebanho que não parava de crescer. Trazia também tecidos, armarinhos e ferragens para o consumo da fazenda.
Foi Dona Joaquina do Pompéu, que sustentou durante anos a nova capital da Colônia de gêneros alimentícios, supriu a Família Imperial com a remessa de carne (o boi em pé), farinha, rapadura, milho, toucinho, e feijão, chegou a enviar para o Rio de Janeiro 1.600 novilhas de uma só vez.
Devido aos movimentos contrários a independência do Brasil, na Bahia, Pará e Maranhão, colocou seus filhos e bens a disposição, enviou bois para as tropas de D. Pedro, seu casarão ornamentado com flamulas nas corres verde e amarelo acolheu 200 soldados que estavam a caminho da Bahia e ainda enviou 50 escravos para o combate. 

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