Dona Joaquina do
Pompéu:
a mulher no poder colonial
Conhecida
como Joaquina do Pompéu, Joaquina Bernarda da Silva de Abreu Castelo
Branco nasceu em Mariana (MG), no dia
20 de agosto de 1752, e faleceu na Fazenda do Pompéu a 14 de dezembro de 1824. Criativa,
perseverante, tenaz, autoritária, atuou decisivamente no povoamento das
Minas Gerais, teve grande importância como apoiadora em fatos constantes de
nossa História.
No final do século XVIII com
o declínio do ciclo do ouro na Capitania de Minas Gerais, a Fazenda do Pompéu revelou-se
como o primeiro núcleo local organizado de civilização agrária, de onde corriam
a pé escravos enviados como correios para Vila Rica e São Sebastião do Rio de
Janeiro.
Com frequência partiam tropas
carregadas de gêneros para alimentar várias regiões da Colônia, incluindo
posteriormente a nobreza de Portugal, que devido à invasão de Napoleão
Bonaparte em 1808, zarpou para o Brasil com mais de 15.000 integrantes da Corte
logo chegou ao Rio de Janeiro, em 20 dias todas as reservas de alimentos e
moradias disponíveis estavam esgotadas.
O Vice-Rei Dom Marques de
Noronha e Brito, sabendo que a agropecuária prosperava depois do declínio do
ouro de Minas Gerais e era capaz de aplacar a fome real, apelou para o
Capitão-General Governador de Minas Gerais e este se lembrou que Dona Joaquina
do Pompéu tinha gêneros alimentícios com fartura.
A visionária sertaneja aproveitou
os ventos favoráveis, a oportunidade de suprir a Corte era motivo de melhorar
os negócios da fazenda, levava cereais e trazia sal, que era caríssimo,
importado de Lisboa e estava no estanco, era utilizado para salitrar o enorme
rebanho que não parava de crescer. Trazia também tecidos, armarinhos e
ferragens para o consumo da fazenda.
Foi Dona Joaquina do Pompéu,
que sustentou durante anos a nova capital da Colônia de gêneros alimentícios,
supriu a Família Imperial com a remessa de carne (o boi em pé), farinha,
rapadura, milho, toucinho, e feijão, chegou a enviar para o Rio de Janeiro
1.600 novilhas de uma só vez.
Devido aos movimentos
contrários a independência do Brasil, na Bahia, Pará e Maranhão, colocou seus filhos
e bens a disposição, enviou bois para as tropas de D. Pedro, seu casarão ornamentado
com flamulas nas corres verde e amarelo acolheu 200 soldados que estavam a
caminho da Bahia e ainda enviou 50 escravos para o combate.
0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial