domingo, 10 de março de 2013


Ao que parece sua fama de má decorreu da confusão feita entre Joaquina e Maria Felisberta Alvarenga da Cunha, a famosa Maria Tangará, namorada do Capitão Inácio. Maria Tangará era uma moça grosseira, voluntariosa, estava na época do namoro com 16 anos de idade, no entanto parecia ter 20 anos.

O Capitão Inácio, moço louro bonito contava com seus 30 anos de idade enquanto Joaquina era ainda uma menina franzina e tinha 11 anos. Acompanhava procissão da paixão, seguindo na fila das virgens, em frente ao andor, quando o Capitão Inácio seguindo o cortejo ao lado das meninas se encantou por Joaquina e acabou abandonando Tangará.

Esta é a origem da rivalidade entre estas duas mulheres que se tornaram inimigas irreconciliáveis por toda vida. Tangará, tornou uma mulher amarga, cruel e desequilibrada, dizem que certa vez em uma sessão de feitiçaria no solar das Cavalhadas, sua residência em Pitangui, mandou matar 60 escravos a facadas os cadáveres foram jogados na cisterna, e cobertos de terra. Os escravos que escaparam fugindo na hora do massacre noticiaram pela Vila o fantástico acontecimento daquela noite que ficou conhecida como Noite de São Bartolomeu.

Existem também pontos controvertidos sobre a vida de Joaquina, sobretudo sobre seus negócios, histórias narradas ainda hoje, dizem que ela era violenta e desonesta, e que roubava gado e assassinava boiadeiros, enterrava seus corpos embaixo do assoalho do Solar na Fazenda do Pompéu.
Lindolfo Xavier, poeta e jornalista afirma que a viúva se manteve fiel à memória do marido, honrando lhe o nome e as tradições. Portava-se com dureza comandando a todos em uma disciplina exemplar, no banho não se mostrava nua, nem para as escravas de confiança. Tratava e alimentava bem os escravos, era mulher religiosa, caridosa cuidava das causas da igreja católica, sendo respeitadíssima inclusive pelas autoridades reais.
O outro lado da viúva Joaquina do Pompéu, foi construído a partir dos pontos mais obscuros de sua vida e de sua condição de mulher, viúva, senhora de escravos que estava à frente dos negócios. Os que defendem sua memória dizem que tudo não passaria de “maledicência, lendas, coisas inventadas”, de fato circulam ainda hoje algumas histórias depreciativas de sua personalidade.
Em vez de boa, seria muito cruel com os escravos, em vez de honesta, era corrupta nos negócios. Na ótica da sociedade colonial, era uma mulher lasciva e até perversa. Histórias escandalosas que envolviam exageros e sexo desregrado caíram na boca do povo, e sobreviveu mais de 10 gerações.
Dizem que Joaquina gostava de recrutar negros escravos para o seu deleite erótico. Conduta permitida naqueles tempos para os homens, nunca para uma mulher. Dizia-se que dava ordens para que se colocasse o amante eventual de molho, durante dias, antes dos seus serviços sexuais, a fim de prepara-lo. Alguém chegou a vê-la enlaçada com um escravo à margem do córrego das Areias, em plena luz do dia, num lugar onde havia um monjolo.
Segundo as más línguas, a engenhoca, com suas batidas intercaladas e constantes, ditaria o ritmo da cópula, enquanto transformava o milho em fubá. Ainda hoje, as pessoas da região contam risonhamente esta história concluindo quase sempre com uma frase inusitada: “Era uma pancada de lá e outra de cá! Na beira do córrego, êta mulher safada, Sô!”. 

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