Ao
que parece sua fama de má decorreu da confusão feita entre Joaquina e Maria
Felisberta Alvarenga da Cunha, a famosa Maria Tangará, namorada do Capitão
Inácio. Maria Tangará era uma moça grosseira, voluntariosa, estava na época do
namoro com 16 anos de idade, no entanto parecia ter 20 anos.
O
Capitão Inácio, moço louro bonito contava com seus 30 anos de idade enquanto Joaquina
era ainda uma menina franzina e tinha 11 anos. Acompanhava procissão da paixão,
seguindo na fila das virgens, em frente ao andor, quando o Capitão Inácio seguindo
o cortejo ao lado das meninas se encantou por Joaquina e acabou abandonando
Tangará.
Esta
é a origem da rivalidade entre estas duas mulheres que se tornaram inimigas
irreconciliáveis por toda vida. Tangará, tornou uma mulher amarga, cruel e
desequilibrada, dizem que certa vez em uma sessão de feitiçaria no solar das
Cavalhadas, sua residência em Pitangui, mandou matar 60 escravos a facadas os
cadáveres foram jogados na cisterna, e cobertos de terra. Os escravos que escaparam
fugindo na hora do massacre noticiaram pela Vila o fantástico acontecimento daquela
noite que ficou conhecida como Noite de São Bartolomeu.
Existem
também pontos controvertidos sobre a vida de Joaquina, sobretudo sobre seus negócios,
histórias narradas ainda hoje, dizem que ela era violenta e desonesta, e que
roubava gado e assassinava boiadeiros, enterrava seus corpos embaixo do
assoalho do Solar na Fazenda do Pompéu.
Lindolfo Xavier, poeta e
jornalista afirma que a viúva se manteve fiel à memória do marido, honrando lhe
o nome e as tradições. Portava-se com dureza comandando a todos em uma
disciplina exemplar, no banho não se mostrava nua, nem para as escravas de
confiança. Tratava e alimentava bem os escravos, era mulher religiosa, caridosa
cuidava das causas da igreja católica, sendo respeitadíssima inclusive pelas
autoridades reais.
O outro lado da viúva
Joaquina do Pompéu, foi construído a partir dos pontos mais obscuros de sua
vida e de sua condição de mulher, viúva, senhora de escravos que estava à frente
dos negócios. Os que defendem sua memória dizem que tudo não passaria de
“maledicência, lendas, coisas inventadas”, de fato circulam ainda hoje algumas
histórias depreciativas de sua personalidade.
Em vez de boa, seria muito
cruel com os escravos, em vez de honesta, era corrupta nos negócios. Na ótica
da sociedade colonial, era uma mulher lasciva e até perversa. Histórias escandalosas
que envolviam exageros e sexo desregrado caíram na boca do povo, e sobreviveu
mais de 10 gerações.
Dizem que Joaquina gostava
de recrutar negros escravos para o seu deleite erótico. Conduta permitida
naqueles tempos para os homens, nunca para uma mulher. Dizia-se que dava ordens
para que se colocasse o amante eventual de molho, durante dias, antes dos seus
serviços sexuais, a fim de prepara-lo. Alguém chegou a vê-la enlaçada com um
escravo à margem do córrego das Areias, em plena luz do dia, num lugar onde
havia um monjolo.
Segundo as más línguas, a
engenhoca, com suas batidas intercaladas e constantes, ditaria o ritmo da
cópula, enquanto transformava o milho em fubá. Ainda hoje, as pessoas da região
contam risonhamente esta história concluindo quase sempre com uma frase
inusitada: “Era uma pancada de lá e outra de cá! Na beira do córrego, êta
mulher safada, Sô!”.
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