domingo, 10 de março de 2013


Pitangui
Em 1720, época da insurreição contra o do pagamento do quinto do ouro, se envolveu o famoso chefe Domingos Rodrigues do Prado. Devido ao grande atraso com a Fazenda Real, o governo português, cobrava pelos fiscais incessantemente trinta e tantas arrobas de ouro. Os pitanguienses resolveram, em solidariedade aos rebeldes de Vila Rica, se contrapor à ganância dos reinóis, com armas em punho.
O poderoso Domingos do Prado dispunha de uma tropa de 500 homens com seus trabucos e suas escopetas escorvadas, à espera dos Dragões, soldados do Conde de Assumar, que fisicamente pareciam verdadeiras araras, com suas fardas berrantes e penacho nas cabeças, o que impressionava os pobres aventureiros locais, supersticiosos, mal armados e mal alimentados.
Os Dragões traziam umas caixas surdas (tambores) colocadas dos dois lados do animal, um soldado vinha batendo com uma batuta, ecoando pelas encostas o ensurdecedor barulho da lei que se aproximava.
Homem de espírito vivo, penetrante, capaz de perceber com rapidez as coisas mais sutis, o poderoso Domingos do Prado, aliou-se a outros bandeirantes os irmãos Fraga, e a Alexandre Afonso, também rico garimpeiro morador ao lado dos Fraga.
Os irmãos Fraga e Alexandre Afonso se prepararam, juntamente com Domingos Prado, para resistir às tropas imperiais. No entanto, quando se aproximavam as centenas de soldados do Conde de Assumar, Domingos Prado fugiu para Conceição do Pará, sem dar combate aos inimigos, deixando os irmãos Fraga e Alexandre Afonso à mercê dos temíveis Dragões que não se atemorizaram com a covardia do poderoso Domingos Prado; organizaram a resistência, tornando-se verdadeiros heróis esquecidos da nossa história.
 Alexandre Afonso teve o cuidado de enterrar as 40 arrobas em pó e pepitas, ilegal na época, em lugar até hoje desconhecido e foram imitados pelos escravos, que também enterrando o pouco ouro que tinham em potes de barro.
Sob o comando do sargento Madureira, as tropas dos Dragões impuseram a derrota aos sublevados. Destruíram suas casas, e seus corpos foram esquartejados e salgados, suas cabeças plantadas em paus pelas estradas, para servir de exemplo. O local é ainda hoje conhecido pelo nome de Mato das Cabeças, no caminho que liga esta cidade a Brumado.
Depois de quase três séculos de existência, a lenda do abonado bandeirante Alexandre Afonso, deixa nos pitanguienses certa dúvida sobre as 40 arrobas de ouro enterradas entre Brumado e Pitangui, ninguém encontrou até os dias de hoje este tesouro enterrado. 

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